sexta-feira, 19 de junho de 2015

Recuperação



Eu me reconstruo
Depois da demolição.
Em mim perpetuo
A flor azul que diluo
Nas luzes que etéreas são.

Sibila o vento dourado...
Abro as mãos para o recado...

Recebo-o sombria.
Para entendê-lo demoro,
Saio da agonia,
A sorte me contagia:
Um destino sonoro.

O mundo faz uma pausa.
Perplexa, investigo a causa.

Há falta de canto,
Desaparece a quimera,
Minha voz levanto,
E a missão retomo enquanto
O revés se recupera.

Adormece a inquietude
De realidade rude.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

Para fazer um trepidante:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/04/trepidante.html

5 comentários:

Anônimo disse...

Correto, culto e envolvente poema. Bravooo ! Paolo Lim

Jorge Sader Filho disse...

Levantar de um tombo: uma "realidade rude".

CCF disse...

Depois de ver o filme do Cazuza no corujão, e ler o seu Poema...Estou pronto para mais uma jornada diária e um intenso fim de semana cultural.
CCF

Anônimo disse...

Mardilê,

O poema Recuperação na minha leitura e releitura traz fortes sentimentos expressos nos verbos e nas rimas, a sonoridade é uma marca intensa...quando li o título no e-mail jamais imaginei qual conteúdo...pensei outro tipo de ''recuperação...''

Abraços, bom Domingo!

Eloísa

Anônimo disse...

Teus poemas sempre são magníficos. És uma grande poeta. Sou feliz em te conhecer... mas não sei, ainda, como participar das opiniões dos blogs. Vou dar um jeito de aprender, o. k.?Liti